Sobre traumas, dissociações e EMDR

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Certa vez, em meu consultório, filmei uma sessão com um cliente, e daí tive a sorte de rever o filme mais tarde e ver aquilo que na hora não vi… Enquanto ele relatava emocionado a sua tentativa de fuga dos seus agressores sexuais em sua infância, suas pernas tamborilavam no chão. Explicarei isto mais tarde…

Porém, antes de prosseguir segue outro relato… Após iniciar a leitura de mais um livro sobre EMDR, método em que me especializei no ano de 2000, percebi que eu bem poderia juntar um exercício físico que gosto ao método. Assim, comecei a fazer “embaixada” com os dois pés com uma bola na quadra de meu prédio enquanto pensava em um assunto desagradável, logo, logo, percebi um alívio nos sintomas, ou seja, as sensações desagradáveis ligadas ao assunto desapareceram.

A seguir fui até o consultório clinicar e assisti uma cliente relatar que havia se lembrado de uma situação em que se pensava que estivesse a ponto de cometer suicídio… Ela havia subido para uma laje enquanto discutia com o namorado no celular. Descreveu que inicialmente estava sentada argumentando, mas que quando não conseguiu mais suportar a pressão da conversa levantou-se e começou a andar em círculos lá em cima e aí foi regredindo, se sentindo impotente, e começou a falar que queria papai e mamãe, etc. Segundo sua percepção ela não dissociou ali mas sofreu uma regressão.

Expliquei então o que eu percebi nesta ocorrência.

“Quando você estava conversando com teu namorado ainda estava ali como adulta, entretanto como houve a traição e ele não cedia, não aceitava os teus argumentos, você ficou impaciente e se levantou se pondo a andar. Isto gerou uma estimulação bilateral através das solas dos pés… E com isto você deu início ao processamento do assunto, só que pelo fato de você ter no teu passado o trauma de abuso por parte do irmão, teu processamento te conduziu direto para lá” … Ou seja, quando processamos traumas os mesmos podem se conectar e vir em cadeia para a consciência ou para seu limiar. Isto gera muita ansiedade e faz com que a pessoa fique impotente à mercê dos traumas.

Naturalmente dissociamos para nos proteger de algo; para termos um alívio de certas pressões do dia a dia normalmente todos nós dissociamos como uma forma de defesa, mas se ficarmos muito dissociados ficaremos com lapsos de consciência e desligados da realidade. É isto o que acontece na Síndrome de Stress Pós-Traumático.

A questão para se entender o que ocorre nos traumas ou em passagens muito difíceis em nossas vidas é que temos que entender que como seres que evoluímos temos uma série de defesas naturais, ou processos naturais de cura.

Por exemplo, quando você quebra uma perna e é posta uma bota de gesso, não é o gesso que te cura, quem cura o corpo são os mecanismos do corpo. O que a medicina e a psicoterapia buscam fazer é retirar os obstáculos ou otimizar os recursos do corpo. A magia da cura de qualquer problema repousa latente, mais ou menos ativa dentro de todos nós. Dentro da evolução, aquilo que outrora era dor física transformou-se em ansiedade, que é portanto um tipo de dor.  A angústia é uma forma de dor, e portanto um mecanismo importante para a sobrevivência. Ela nos alerta de que algo não está bem. Ou existe um perigo, ou existe uma ameaça… Assim, os nossos processos perceptuais têm as funções de nos ajudar em nossa adaptação, vigilância, defesa e predição em relação ao mundo que nos cerca. São processos fundamentais para a nossa sobrevivência. Bem como a capacidade de nos associarmos e de nos dissociarmos, esta capacidade de nosso cérebro nos permite entrar numa experiência, a tal ponto de viver algo como se aquilo tivesse ocorrido conosco, por exemplo quando alguém ao escrever no quadro com um giz inadvertidamente arrasta  a unha no quadro, porque o giz quebrou… Muitos de nós podemos sentir arrepios, ou nos encolher como se fosse a nossa própria unha. De outro modo, quando algo muito forte está para acontecer em nossa frente dizemos: “não quero nem ver!”, e, ato contínuo, levamos nossas mãos aos olhos para impedir literalmente a visãoemdr-francine-shapiro. Portanto, todos os sintomas decorrem de um processo evolutivo e têm uma função: nos alertar sobre algo.        Embora incômodos, os sintomas, como a dor, a febre, ou o pânico, apontam numa direção, nos fornecem um alerta sobre a nossa condição de saúde. Assim, do mesmo jeito que não se pode retirar o coração de alguém sob pena de matar esta pessoa, também não podemos retirar a capacidade do corpo de produzir sintomas. O que precisamos fazer é ler os sinais e aí, assim como no coração com batimentos irregulares (taquicardia ou bradicardia) regularizar o funcionamento do mesmo, não podemos, repito retirar o órgão e o processo para o qual ele está lá. O mesmo ocorre com o processo dissociativo, que se desregulado causa sintomas bem desagradáveis, como é o caso de várias síndromes psicopatológicas. ( Ao lado foto de Francine Shapiro, criadora do EMDR).

Abaixo dados sobre o método.

O QUE É EMDR?

Introdução

EMDR (Eye Movement Dessensitization and Reprocessing) quer dizer: Dessensibilização e Reprocessamento dos Movimentos Oculares [entenda-se através dos movimentos oculares]; é uma ferramenta psicoterapêutica, não interpretativa, muito eficiente, pois é o próprio paciente que, revivendo sua experiência, faz as associações necessárias. Se parece com várias terapias comportamentais tradicionais para reduzir temores em que se exige ao cliente imaginar eventos traumáticos de um modo gradual na presença de um terapeuta de suporte; é uma abordagem que permite acelerar o tratamento de um grande número de patologias e problemas de auto-estima relacionados a experiências traumáticas do passado e condições adversas do presente. Trata-se de um “tipo de hipnose” estimulada pelo movimento rítmico dos olhos, similar ao que é realizado espontaneamente por nosso corpo quando sonhamos (movimentos REM do sono).

 A criadora do EMDR (em 1987) e principal proponente é a psicóloga americana Francine Shapiro, Ph.D, Recebeu seu título de doutora em 1988; pesquisadora sênior do Instituto de Pesquisa Mental em Palo Alto (EUA); diretora executiva EMDR Institute para treinar profissionais de saúde mental. Recebeu em 1993 o Prêmio de Realização Científica dado pela Associação Psicológica da Califórnia Ela e seus associados treinaram mais de 22.000 clínicos por todo o mundo em workshops que em 1997 custavam US$ 385, e já tem mais de 30.000 treinados em 52 países

 

Histórico

A Dra. Francine Shapiro, em maio de 1987, caminhando pelo parque percebeu que alguns pensamentos perturbadores que ocorriam na sua mente desapareceram de súbito, e quando ela trazia estes mesmos pensamentos de volta à mente, já não eram tão incômodos e não tinham a mesma importância de antes. Prestando atenção ao que ocorria percebeu que seus olhos moviam-se espontaneamente para lá e para cá rapidamente, quando os pensamentos perturbadores vinham à mente. Percebeu que ao associar movimentos oculares a estas imagens, a intensidade das perturbações se reduzia, ou chegava mesmo a desaparecer. Era como se, em estado de vigília, pude-se experimentar um processo neurofisiológico similar ao do sono REM (rapid eyes movement) – as ondas cerebrais relacionadas ao período dos sonhos e que têm uma função reparadora muito importante para o nosso organismo. (como opção à técnica de exposição da abordagem comportamental que se mostrava em alguns casos retraumatizante ou insuportável, levando a elevadas taxas de evasão). Alcançou idêntico resultado com outras pessoas. Testou com amigos e posteriormente com ex-combatentes da guerra do Vietnã, percebeu que as pessoas elaboravam os eventos traumáticos. Em suma ela trabalhou com 70 pessoas durante 6 meses e desenvolveu um procedimento padronizado.

Nesse primeiro momento o tratamento centrava-se no diagnóstico de Transtorno do Estresse Pós – Traumático (T.E.P.T.) com resultados positivos.

O principio básico expõe uma crença em um movimento reparador natural do organismo. Assim como o corpo está biologicamente adequado para buscar a saúde (“cicatrizando feridas” através da complexidade de seu sistema imunológico), há no sistema de processamento de informações uma tendência a gerar estados de saúde mental desde que esteja desbloqueado para seguir seu rumo e seu fluxo. Parte-se, portanto da crença em um processo de maturação e auto-cura reparadora desde que se provenham as condições favoráveis para que esse processo espontâneo se dê. Quando o paciente combina a memória do trauma aos movimentos laterais dos olhos, ativa mecanismos cognitivos e fisiológicos que reprocessam o trauma e dessensibilizam a ferida, como sugere o nome da terapia. Ao focar a experiência e simultaneamente ativar a estimulação bilateral através do foco dual da atenção (no estímulo presente e na memória passada) há uma transmutação resultante que ocorre espontaneamente em direção à saúde.

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Em março de 1990, como resultado da experiência de treinamento e da avaliação subseqüente de centenas de casos, Shapiro fez mudanças desde a formulação comportamental inicial de simples dessensibilização da ansiedade para um paradigma mais integrativo de processamento de informação. Ao E.M.D.R., foi acrescentado também vários estímulos, não somente o dos olhos mas, estímulos bilaterais. Francine criou um protocolo, que facilita sua administração e a maneira de ensiná-lo.

 

Informações para Terapeutas

O terapeuta que aplica o EMDR deve ser certificado através do EMDR Institute, ter completado os níveis I e II do treinamento, com posterior supervisão.

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 Recomendações para o uso da terapia E.M.D.R.

O EMDR pode ser aplicado em transtornos de estresse pós-traumático, ou seja, reações de angústia ou ansiedade evasivas em pessoas que passaram por eventos traumáticos: guerras, rebeliões, assaltos, acidentes, abusos sexuais ou físicos, enchentes, perdas inesperadas (morte, finanças), abandonos afetivos, fobias, desordens de aprendizado, e muitos outros problemas mentais e emocionais, ansiedade, pânico, depressão, transtorno de personalidade múltipla, e também as crenças limitantes apresentam respostas benéficas com o E.M.D.R.

O sucesso obtido nos resultados clínicos do tratamento com E.M.D.R. feito por cerca de dez mil clínicos treinados até agora demonstrou ampla gama de aplicabilidade do método. Por exemplo, um levantamento financiado pelo Departamento de Assuntos Ligados a Veteranos (Department of Veteranns Affairs – DVA) entrevistou clínicos treinados em E.M.D.R. que haviam tratado mais de dez mil clientes. Descobre-se que aproximadamente 74% desses clínicos citaram mais efeitos benéficos de tratamento com E.M.D.R. do que outro método utilizado, enquanto apenas 4% afirmaram ter tido um êxito inferior.

Diversos estudos feitos com vítimas de agressão, estupro, abuso sexual, físico ou verbal na infância e adolescência, acidentes, catástrofes, perdas dolorosas, guerras, assaltos e seqüestros, indicam que este é um método capaz de reduzir rapidamente os sintomas assim como processar as memórias traumáticas além de promover uma significativa reestruturação cognitiva. É o método usado no tratamento do trauma que possui mais estudos controlados sobre sua eficácia em relação a outros métodos. Quatorze pesquisas controladas estudaram a eficácia de EMDR, fazendo deste o método o mais pesquisado no tratamento de trauma. Os 5 estudos mais recentes com indivíduos que sofreram em eventos como estupro, combates, perda de uma pessoa querida, acidentes, desastres naturais, etc. tiveram como resultado que 84-90% dos pesquisados não tiveram sintomas do Estresse Pós Traumático depois de três sessões de tratamento.

Uma sessão começa com a identificação de algo que perturba ou limita o paciente. Focalizado o problema, a pessoa é convocada a forçar a lembrança de imagens do evento que causou o trauma tão vividamente quanto possível e então se pede que o paciente acompanhe os movimentos do terapeuta, que conduz um conjunto de movimentos oculares, sendo conduzida a repetir os mesmos movimentos com os olhos que fazemos espontaneamente durante o sonho…. mantendo a mente focalizada no material perturbador. O método envolve que ele procure estimar sentimentos estabelecidos antes e após acompanhar visualmente o dedo do terapeuta conforme ele se move para frente e para trás na frente dos olhos do cliente.É esse movimento dos olhos que, de alguma forma, abre os canais de livre associação entre várias áreas de pensamento, disparando a “digestão” de informação e o processo de autocura.

O método consiste em pedir que a pessoa fale sobre a imagem perturbadora da memória traumática, além de dizer que pensamentos e crenças negativas ela têm a respeito da situação ou de sua participação na mesma (tais como “me sinto suja”, “eu não valho nada”). Essa crença é chamada de cognição negativa.

Pede-se ao indivíduo que retorne a memória traumática e a cognição negativa e atribua um valor ao nível de ansiedade, utilizando uma escala de Unidades Subjetivas de Perturbação (Subjective Units of Disturbance – SUD) de 11 pontos onde 0 (zero) representa uma unidade neutra e 10 equivalente à máxima ansiedade possível.

Pede-se ao indivíduo que verbalize um pensamento ou crença positivas que gostaria de ter a respeito de si mesmo (tais como: “eu tenho valor”, “eu estou no controle” ou “fiz o melhor que pude”) e que se atribua um valor ao qual verdadeiramente lhe parece tal crença por meio de uma escala diferencial semântica de 7 pontos denominando Escala de Validade de Cognição (Validity of Cognition – Voc), no qual 1 representa “completamente falso” e 7 (sete) significa “completamente verdadeiro”.

Adverte-se ao indivíduo que use suas sensações viscerais como base para seu julgamento, ao invés de qualquer análise intelectual.

Limites da Eficácia
A respeito de problemas para os quais o E.M.D.R. em geral não apresentava efeito algum, o transtorno obsessivo – compulsivo foi claramente o mais citado.

Duas Perguntas Mais Frequentes

Quanto tempo de tratamento com EMDR, uma pessoa precisaria?
O E.M.D.R. é aplicado por cerca de 1 hora a 1 hora e meia. Para o tratamento, são necessárias, geralmente, menos de dez sessões, dependendo do caso, uma ou duas sessões são suficientes. Se o trauma não estiver associado, não há recidiva…

EMDR é uma hipnose?
Apesar de eventualmente ser confundido com a hipnose, EMDR não é hipnose, leituras eletroencefalográficas comprovam que as ondas cerebrais envolvidas no processo são as tetas e em vigília, o paciente está acordado e consciente. Enquanto na hipnose as ondas predominantes são alfa e beta, há uma indução e as memórias são ativadas através de momento a momento. Com o EMDR notamos saltos nas lembranças… mudança de alvo… e rápida. As teorias a respeito de EMDR ainda são recentes.

O processamento de EMDR permite desbloquear o sistema de processamento de informações do cérebro, fazendo com que as imagens, sons, sentimentos e sensações não mais sejam revividos quando o evento é trazido à memória – ainda que possa ser lembrado, seu efeito perturbador desaparece ou diminui sensivelmente.

Uma sessão começa com a identificação de um problema específico a ser focalizado (tema). O cliente normalmente traz registros traumáticos, angustias, uma lembrança ou mesmo uma autohipnose negativa. Procura manter em sua mente uma cena, um sentimento, uma localização corporal de sentimentos, um pensamento ou ainda as crenças negativas relacionadas com a dificuldade a ser trabalhada. O terapeuta a partir disto pede ao cliente que se fixe no tema escolhido ou no sentimento e começa uma série de estimulações dos olhos ou através de tapping (pequenos tapas nas pernas), entre outras. Isto conduz o cliente a uma série de sentimentos e lembranças, com isto processando automaticamente o trauma ou tema escolhido.

Durante a aplicação da técnica é comum acontecer algumas ab-reações (crises de choro, ou angústia). O EMDR já utiliza algo parecido com o Lugar Protetor, que é denominado de local seguro. Tal local é uma imagem positiva criada pelo cliente (durante a fase de preparação). Tal lugar deve ser usado como local de descanso durante os reprocessamentos prolongados ou como uma maneira de aliviar ou reduzir a angústia ou perturbação do cliente ao final de uma sessão incompleta. Também pode ser utilizado com clientes que não conseguem relaxar, que ficam muito vigilantes, ou clientes condicionados a não relaxar por medo de ser abusado de novo. O local seguro é de grande valor para restabelecer o equilíbrio do cliente antes do processamento do EMDR.

Por Celso Lugão

Especializações em PSICOLOGIA CLÍNICA E HOSPITALAR. Exerce ATIVIDADE CLÍNICA fazem mais de 30 anos, tendo criado sua abordagem particular de PSICOTERAPIA ESTRATÉGICA. Possui MESTRADO EM PSICOLOGIA SOCIAL PELA FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS. Atualmente é professor do INSTITUTO DE PSICOLOGIA DA UERJ tendo criado o setor de PSICOTERAPIA ESTRATÉGICA NO SPA DA UERJ EM 1988 e desde então atua como SUPERVISOR desta abordagem. Participou de forma intensiva do PROCESSO DE VALIDAÇÃO DA HIPNOSE como TÉCNICA PASSÍVEL DE SER UTILIZADA PELO PSICÓLOGO, fato este reconhecido pela SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPNOSE e pela SOCIEDADE DE HIPNOSE E MEDICINA DO RIO DE JANEIRO. Possui experiência em várias áreas da psicologia, a saber: EPISTEMOLOGIA DAS PSICOTERAPIAS (DESENVOLVIMENTO DE REFERENCIAIS EPISTEMOLÓGICOS E CLÍNICOS; ESTUDO DAS PERSPECTIVAS ESTRATÉGICA, ESTRUTURAL E SISTÊMICA EM RELAÇÃO AO INDIVÍDUO E A FAMÍLIA) ; PSICOLOGIA CLÍNICA E HIPNOLOGIA (TRANSDUÇÃO DA INFORMAÇÃO MENTE-CORPO, PSICOIMUNOLOGIA, TÉCNICAS HIPNÓTICAS, CORPORAIS, PSICODRAMÁTICAS E ESTADOS ALTERADOS DA CONSCIÊNCIA); TANATOLOGIA (MORTE, LUTO E SEPARAÇÕES); PROCESSOS DISSOCIATIVOS (TRAUMA, DISTÚRBIO DISSOCIATIVO DA IDENTIDADE, SÍNDROME DO STRESS PÓS-TRAUMÁTICO, SÍNDROME DO PÂNICO, SUICÍDIO, DROGADICÇÃO, PSICOSES); E ASPECTOS PEDAGÓGICOS DA SUPERVISÃO (TREINAMENTO, INFORMAÇÃO E FORMAÇÃO ). (Text informed by the author)

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