Textos básicos para crise em casos de suicÃdio
Textos básicos para crise em casos de suicÃdio.
 (New – Vide Manual da OMS p/ prevenção – Genebra)
Veja também: posição do terapeuta e algoritmo.
 Prof. Celso Lugão da Veiga (Em 07 de outubro de 2007).
Na obra de Joel Bergman, Pescando barracudas – a pragmática da terapia sistêmica breve, Ed. Artes Médicas, 1996 (publicada originalmente em inglês em 1985), no .. capÃtulo 7 – Mantendo-se à tona em águas perigosas … Há uma sessão intitulada… O ritual de vigilância do suicÃdio (p. 132). Este capÃtulo é fundamental p/ o contrato a ser estabelecido se possÃvel na primeira sessão, ou assim que haja uma manifestação do cliente em relação ao tema do suicÃdio.
- Neste capÃtulo, Joel Bergman fala sobre como lidar com a ansiedade em relação a certos casos clÃnicos. Na 1ª parte o tema é o suicÃdio e as indicações são claras:
1- Há uma função sistêmica p/ equilibrar a famÃlia.
2- Há uma mensagem como em todo sintoma.
3- Há uma manobra para travar as mudanças, isto inclui a terapia.
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- Frank Dattilio e Arthur Freeman – Estratégias cognitivo-comportamentais p/ intervenção em crises é outra fonte de referência, não apenas o capÃtulo 4 , escrito por Mark Reinecke sobre SuicÃdio e depressão… Será ótimo se vocês puderem ler a introdução e o resto da obra em dois volumes.
- Susana Kuras de Mauer e Silvia Resnizky. Acompanhantes terapêuticos e pacientes psicóticos. Ed. Papirus. 1987 (original de 1985).
Cap.1 Contra a enfermidade como delito
Cap.4 A famÃlia do psicótico
Cap.7 Depressão e suicÃdio
- Jay Haley. Aprendendo e ensinando terapia, ARTMED,1998, (original de 1996) CapÃtulo 7– Questões polêmicas. Trata de ameaças de suicÃdio, violência na sala de terapia, falsas memórias, religião, etc.
“É ao mesmo tempo perigoso e antiterapêutico um terapeuta sentir-se responsável ou tornar-se responsável por um paciente quando é feita uma ameaça de suicÃdio enquanto o paciente está em tratamento†(Bergman, op. cit., p. 130). Â
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New –  Enriquecendo mais um pouco este texto e respondendo a algumas perguntas sobre a interpretação de J. Zeig sobre a obra de Milton Erickson, colei abaixo uma correspondência, no intuito de esclarecer certos aspectos deste referencial denominado O Diamante de Erickson.
 Posição do Terapeuta
Para J. Zeig, a posição do terapeuta pode influenciar mais do que as técnicas no resultado do tratamento, esta idéia ele extraiu da própria maneira de pensar de Milton Erickson. Cada terapeuta tem uma forma, um estilo pessoal de trabalhar. Isto porque cada um tem um tipo de lente, coração, músculos e chapéu. Para melhor compreensão destes aspectos, observem as considerações abaixo.
Lente
Refere-se à percepção do terapeuta. Como o terapeuta percebe o mundo, a si mesmo, o seu paciente e os sintomas que ele traz.
Coração
Representam as emoções do terapeuta. Que tipos de emoções o terapeuta traz consigo? Como estabelece relações afetivas com seus familiares, amigos e clientes?
Músculos
Simbolizam a força, os recursos que o terapeuta tem (referenciais epistemológicos, técnicas, padrões de ação).
Chapéu
Está relacionado às relações sociais do terapeuta. As experiências sociais por que passou, o conhecimento das diversas culturas, como reaje e lida com as diversas situações que podem surgir numa relação interpessoal.
Posição do Cliente
Idem a do terapeuta, entretanto, relacionadas ao cliente
Objetivo
O objetivo se refere ao outcome, ao que se define como meta. A terapia pode ter vários objetivos. Na terapia ericksoniana, há alguns objetivos genéricos que são os dois Rs – responsividade e recursos. Incluem oferecer novas informações e recusos ao paciente, que antes não estavam à sua disposição. Cabe ressaltar os três Ms da terapia de Milton Erickson – motivar, metaforizar e mover.
Embrulhar para Presente (Gift Wrapping)
Este método de empacotar, de embrulhar para presente, pode se dar através das várias técnicas disponÃveis ao terapeuta (uma metáfora, uma confrontação de crenças disfuncionais, ressignificação, interpretação…).
Tailoring- Â fazer sob medida
O terapeuta deve avaliar e decidir como fazer a terapia sob medida para o cliente levando em consideração sua história de vida, as categorias intrapsÃquicas em que se enquadra e outros aspectos.
Processamento
O terapeuta deve responder à seguinte pergunta: “Como vou dar e apresentar a terapia sob medida e embrulhada para presente?†A partir de então ele formulará o processo terapêutico, escolhendo as intervenções a serem feitas e como serem feitas a fim de se alcançar o(s) objetivo(s) proposto(s)
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Origem: Wikipédia
Um algoritmo é uma sequência não ambÃgua de instruções <http://pt.wikipedia.org/wiki/Instru%C3%A7%C3%A3o>  que é executada até que determinada condição se verifique. Mais especificamente, em matemática <http://pt.wikipedia.org/wiki/Matem%C3%A1tica> , constitui o conjunto de processos (e sÃmbolos <http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%ADmbolo>  que os representam) para efectuar um cálculo <http://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%A1lculo> .
O conceito de algoritmo é freqüentemente ilustrado pelo exemplo de uma receita <http://pt.wikipedia.org/wiki/Receita> , embora muitos algoritmos sejam mais complexos. Eles podem repetir passos (fazer interações <http://pt.wikipedia.org/wiki/Itera%C3%A7%C3%A3o> ) ou necessitar de decisões (tais como comparações ou lógica <http://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%B3gica> ) até que a tarefa seja completada. Um algoritmo corretamente executado não irá resolver um problema se estiver implementado incorretamente ou se não for apropriado ao problema.
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Um algoritmo não representa, necessariamente, um programa de computador <http://pt.wikipedia.org/wiki/Programa_de_computador> , e sim os passos necessários para realizar uma tarefa. Sua implementação pode ser feita por um computador <http://pt.wikipedia.org/wiki/Computador> , por outro tipo de autômato <http://pt.wikipedia.org/wiki/Aut%C3%B4mato>  ou mesmo por um ser humano. Diferentes algoritmos podem realizar a mesma tarefa usando um conjunto diferenciado de instruções em mais ou menos tempo, espaço ou esforço do que outros. Tal diferença pode ser reflexo da complexidade computacional <http://pt.wikipedia.org/wiki/Complexidade_computacional>  aplicada, que depende de estruturas de dados <http://pt.wikipedia.org/wiki/Estrutura>  adequadas ao algoritmo. Por exemplo, um algoritmo para se vestir pode especificar que você vista primeiro as meias e os sapatos antes de vestir a calça enquanto outro algoritmo especifica que você deve primeiro vestir a calça e depois as meias e os sapatos. Fica claro que o primeiro algoritmo é mais difÃcil de executar que o segundo apesar de ambos levarem ao mesmo resultado. Se isto for aplicado na terapia… Vocês terão Erickson atuando… Por exemplo…
A auto-estima e a motivação são processos complexos; se deve pensar como chegar e/ou ativar os mesmos. Imaginem alguém transando e tentando no ato sexual avaliar a sua auto-estima (???!!!) ImpossÃvel! Mas se você prestar atenção ao carinho, ao contato, então ativa e satisfaz a auto-estima. Partimos do sensorial para o sentimento e deste para o pensamento, é a ordem evolutiva dos acontecimentos. Fica mais fácil para processar, vestir as calças antes dos sapatos!
Sobre algoritmo
O conceito de um algoritmo foi formalizado em 1936 <http://pt.wikipedia.org/wiki/1936>  pela Máquina de Turing <http://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%A1quina_de_Turing>  de Alan Turing <http://pt.wikipedia.org/wiki/Alan_Turing>  e pelo cálculo lambda <http://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%A1lculo_lambda>  de Alonzo Church <http://pt.wikipedia.org/wiki/Alonzo_Church> , que formaram as primeiras fundações da Ciência da Computação <http://pt.wikipedia.org/wiki/Ci%C3%AAncia_da_Computa%C3%A7%C3%A3o> .
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E por aà vai o texto.
Na obra citada de Daniel Dennet o termo é empregado na biologia evolucionista (Darwin) e eu escrevi um texto, que estou revendo, empregando-o na psicoterapia.
Lembrem-se de treinar a indução: a formulação de recursos(resiliência), com a coerência cardÃaca, e com as caracterÃsticas/valores que as pessoas apreciam. Sempre com suavidade e gentileza pensando em como gostariam de ser tratados ou como gostariam que fossem tratadas as pessoas que vcs gostam.Â
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1Â
PREVENÇÃO DO SUICÃDIO:Â
UM MANUAL PARA PROFISSIONAIS DAÂ
SAÚDE EMÂ
ATENÇÃO PRIMÃRIAÂ
TRANSTORNOS MENTAIS E COMPORTAMENTAISÂ
DEPARTAMENTO DE SAÚDE MENTALÂ
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDEÂ
GENEBRAÂ
2000Â
Este documento pertence a uma série de recursosÂ
destinados a grupos sociais e profissionais especÃficos,Â
especialmente relevantes para a prevenção do suicÃdio.Â
Ele foi preparado como parte do SUPRE, a iniciaçãoÂ
mundial da OMS para a prevenção do suicÃdio.Â
Palavras-chave:suicÃdio/prevenção/recursos/Â
profissionais da atenção primária.
2Â
SUMÃRIOÂ
Prefácio …………………………………………………………………………………………………….ivÂ
SuicÃdio – a dimensão do problema ………………………………………………………………1Â
Por que o enfoque na equipe de atenção primária? …………………………………………2Â
SuicÃdio e doenças mentais ………………………………………………………………………….2Â
Doenças fÃsicas e suicÃdio ……………………………………………………………………………6Â
SuicÃdio – Fatores sociodemográficos e ambientais ………………………………………..8Â
O estado mental e o suicÃdio ………………………………………………………………………..10Â
Como abordar a pessoa sob risco de suicÃdio ……………………………………………….11Â
SuicÃdio – fato ou ficção ……………………………………………………………………………..13Â
Como identificar uma pessoa com risco de suicÃdio………………………………………..14Â
Como abordar o paciente ……………………………………………………………………………15Â
Como lidar com o paciente ………………………………………………………………………….16Â
Encaminhando o paciente com risco de suicÃdio ……………………………………………18Â
Recursos da comunidade…………………………………………………………………………….19Â
O que fazer e o que não fazer ……………………………………………………………………..20Â
Conclusão ………………………………………………………………………………………………..21
3Â
PrefácioÂ
O suicÃdio é um fenômeno complexo que tem atraÃdo a atenção de filósofos,Â
teólogos, médicos, sociólogos e artistas através dos séculos; de acordo com umÂ
filósofo francês Albert Camus, em O Mito de SÃsifo, esta é a única séria questãoÂ
filosófica.Â
Como um sério problema de saúde pública, este demanda nossa atenção,Â
mas sua prevenção e controle, infelizmente, não são uma tarefa fácil. As melhoresÂ
pesquisas indicam que a prevenção do suicÃdio, enquanto factÃvel, envolve umaÂ
série completa de atividades, abrangendo desde a provisão das melhoresÂ
condições possÃveis para congregar nossas crianças e jovens através de umÂ
tratamento efetivo dos distúrbios mentais até um controle ambiental dos fatores deÂ
risco. Elementos essenciais para os programas prevenção do suicÃdio são oÂ
aumento da percepção e a disseminação de informação apropriada. Em 1999 aÂ
OMS lançou o SUPRE, sua iniciativa mundial para a prevenção do suicÃdio. EsteÂ
livreto é um de uma série de fontes preparadas como parte do SUPRE e destinadoÂ
a grupos profissionais e sociais particularmente relevantes na prevenção doÂ
suicÃdio. Isto representa um elo numa longa e diversificada corrente envolvendo umÂ
largo espectro de pessoas e grupos, incluindo profissionais de saúde, educadores,Â
agentes sociais, governantes, legisladores, comunicadores sociais, forças da lei,Â
famÃlias e comunidades.Â
   Somos especialmente devedores à Dra. Lakshimi Vijayakumar, SNEHA,Â
Chennai, Ãndia, que preparou uma versão preliminar desse livreto. O texto foiÂ
posteriormente revisado pelos seguintes membros da Rede Internacional deÂ
Prevenção ao SuicÃdio da OMS, aos quais somos gratos:Â
– Dr. ∅ivind Ekeberg, UllevÃ¥l Hospital, Universidade def Oslo, Oslo, NoruegaÂ
– Professor Jouko Lønnqvist, National Public Health Institute, Helsinki, FinlândiaÂ
– Professor Lourens Schlebush, Universidade de Natal, Durban, Ãfrica do SulÂ
– Dr. Airi Värnik, Universidade de Tartu, Tallinn, EstôniaÂ
– Dr. Shutao Zhai, Nanjing Medial University Brain Hospital, Nanjing, China.Â
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Livretos como este estão agora sendo amplamente disseminados, naÂ
esperança de que eles serão traduzidos e adaptados à s condições locais – um pré-Â
requisito para sua eficácia. Comentários e requisições para permissão de traduçãoÂ
e adaptação serão então bem vindos.Â
Dr. J. M. BertoloteÂ
Coordenador, Trantornos Mentais e ComportamentaisÂ
Departmento de Saúde MentalÂ
Organização Mundial da SaúdeÂ
Tradução para o Português:Â
JanaÃna Phillipe Cecconi, Sabrina Stefanello e Neury José Botega, do Departamento de PsicologiaÂ
Médica e Psiquiatria da Faculdade de Ciências Médicas, Universidade Estadual de Campinas,Â
Campinas, Brasil. Centro Brasileiro do Estudo Multicêntrico de Intervenção no ComportamentoÂ
Suicida – SUPRE-MISS, da Organização Mundial da Saúde.
4Â
PREVENÇÃO DO SUICÃDIOÂ
UM MANUAL PARA PROFISSIONAIS DA SAÚDE PRIMÃRIAÂ
SUICÃDIO – A DIMENSÃO DO PROBLEMAÂ
• Estima-se que um milhão de pessoas cometeram suicÃdio no ano de 2000Â
no mundo.Â
• A cada 40 segundos uma pessoa comete suicÃdio no mundo.Â
• A cada 3 segundos uma pessoa atenta contra a própria vida.Â
• O suicÃdio está entre as três maiores causa de morte entre pessoas comÂ
idade entre 15-35 anos.Â
• Cada suicÃdio tem um sério impacto em pelo menos outras seis pessoas.Â
• O impacto psicológico, social e financeiro do suicÃdio em uma famÃlia eÂ
comunidade é imensurável.Â
SuicÃdio é um problema complexo para o qual não existe uma única causa ouÂ
uma única razão. Ele resulta de uma complexa interação de fatores biológicos,Â
genéticos, psicológicos, sociais, culturais e ambientais.Â
É difÃcil explicar porque algumas pessoas decidem cometer suicÃdio, enquantoÂ
outras em situação similar ou pior não o fazem. Contudo a maioria dos suicÃdiosÂ
pode ser prevenida.Â
SuicÃdio é agora uma grande questão de Saúde Pública em todos os paÃses.Â
Capacitar a equipe de atenção primária à saúde para identificar, abordar, manejarÂ
e encaminhar um suicida na comunidade é um passo importante na prevenção doÂ
suicÃdio.
5Â
POR QUE O ENFOQUE NA EQUIPE DE ATENÇÃO PRIMÃRIA À SAÚDE?Â
• A equipe de atenção primária tem um longo e próximo contato com aÂ
comunidade e são bem aceitos pela população local.Â
• A equipe provê um elo vital entre a comunidade e o sistema de saúde.Â
• Em muitos paÃses em desenvolvimento, onde os serviços de saúde mentalÂ
não estão bem estruturados, o profissional de atenção primária éÂ
freqüentemente o primeiro recurso de atenção à saúde.Â
• O seu conhecimento da comunidade permite-lhe reunir o apoio dosÂ
familiares, amigos e organizações.Â
• Esse profissional está em posição de oferecer cuidado continuado.Â
• É também a porta de entrada aos serviços de saúde para os que delesÂ
necessitarem.Â
Em resumo, os profissionais de saúde da atenção primária são disponÃveis,Â
acessÃveis, detentores de conhecimento e comprometidos com a promoção deÂ
saúde.Â
SUICÃDIO E TRANSTORNOS MENTAISÂ
Estudos tanto em paÃses desenvolvidos quanto em desenvolvimento revelamÂ
dois importantes fatores relacionados ao suicÃdio. Primeiro, a maioria das pessoasÂ
que cometeu suicÃdio tem um transtorno mental diagnosticável. Segundo, suicÃdio eÂ
comportamento suicida são mais freqüentes em pacientes psiquiátricos. Esses sãoÂ
os grupos diagnósticos, em ordem decrescente de risco de:Â
• depressão (todas as formas);Â
• transtorno de personalidade (anti-social e borderline com traços deÂ
impulsividade, agressividade e freqüentes alterações do humor);Â
• alcoolismo (e/ou abuso de substância em adolescentes);Â
• esquizofrenia;Â
• transtorno mental orgânico;
6Â
Apesar de a maioria das pessoas com risco de suicÃdio presentaremÂ
transtorno mental, a maioria não procura um profissional de saúde mental, mesmoÂ
em paÃses desenvolvidos. Assim, o papel da equipe de atenção primária à saúdeÂ
torna-se vital.Â
DEPRESSÃOÂ
Depressão é o diagnóstico mais comum em suicÃdios consumados. TodosÂ
sentem-se deprimidos, tristes, solitários e instáveis de tempos em tempos, masÂ
marcadamente esses sentimentos passam. Contudo, quando os sentimentos sãoÂ
persistentes e interferem na vida normal, usual da pessoa, eles tornam-seÂ
sentimentos depressivos e levam a um de transtorno depressivo.Â
Alguns dos sintomas comuns de depressão são:Â
• sentir-se triste durante a maior parte do dia, diariamente;Â
• perder o interesse em atividades rotineiras;Â
• perder peso (quando não em dieta) ou ganhar peso;Â
• dormir demais ou de menos ou acordar muito cedo;Â
• sentir-se cansado e fraco o tempo todo;Â
• sentir-se inútil, culpado e sem esperança;Â
• sentir-se irritado e cansado o tempo todo;Â
• sentir dificuldade em concentrar-se, tomar decisões ou lembrar-se dasÂ
coisas;Â
• ter pensamentos freqüentes de morte e suicÃdio.Â
PORQUE A DEPRESSÃO É IGNORADAÂ
Apesar de uma grande variedade de tratamentos estarem disponÃveis paraÂ
depressão, existem muitas razões para que esta doença seja freqüentemente nãoÂ
diagnosticada:
7Â
• As pessoas freqüentemente ficam constrangidas em admitir que estãoÂ
deprimidas, porque vêem os sintomas como um “sinal de fraquezaâ€.Â
• As pessoas estão familiarizadas com os sentimentos associados à Â
depressão e, então, não são capazes de reconhecê-los como doença.Â
• A depressão é mais difÃcil de diagnosticar quando a pessoas tem outraÂ
doença fÃsica.Â
• Pacientes com depressão podem apresentar-se com uma amplaÂ
variedade de dores e queixas vagas.Â
ALCOOLISMOÂ
• Cerca de um terço dos casos de suicÃdio estão ligados à dependênciaÂ
do álcool;Â
• 5 – 10% das pessoas dependentes de álcool terminam sua vida peloÂ
suicÃdio;Â
• No momento do ato suicida muitos se apresentam sob a influência doÂ
álcool.Â
Caracteristicamente, pessoas com problemas relacionados ao álcool que cometemÂ
suicÃdio são preferencialmente as que:Â
• iniciaram o consumo de álcool em idade bem jovem;Â
• vêm consumindo álcool por um longo perÃodo;Â
• bebem em grandes quantidades;Â
• têm uma saúde fÃsica pobre;Â
• sentem-se deprimidas;Â
• têm vidas pessoais perturbadas e caóticas;Â
Depressão é tratávelÂ
SuicÃdio pode ser prevenido
8Â
• sofreram uma grande perda interpessoal recente, como separação daÂ
mulher e/ou famÃlia, divórcio ou perda da pessoa amada;Â
• têm um desempenho limitado no trabalho.Â
Pessoas dependentes de álcool que cometem suicÃdio não só começam aÂ
beber em idade precoce e bebem intensamente, como também vêm de famÃlias deÂ
alcoolistas.Â
Abuso de substâncias quÃmicas tem sido encontrado cada vez mais emÂ
adolescentes que começam a ter com comportamentos suicidas.Â
ESQUIZOFRENIAÂ
Aproximadamente10% dos esquizofrênicos acabam cometendo suicÃdio.Â
Esquizofrenia é caracterizada por distúrbios na fala, pensamento, audição ou visão,Â
higiene pessoal e comportamento social. Em resumo, por uma mudança drásticaÂ
no comportamento e/ou sentimentos, ou por idéias estranhas.Â
Esquizofrênicos têm um aumento no risco de suicÃdio se eles:Â
• são jovens, solteiros, homens desempregados;Â
• estão nos estágios iniciais da doença;Â
• encontram-se deprimidos;Â
• propensos a recaÃdas freqüentes;Â
• altamente instruÃdos;Â
• paranóides (cismados).Â
Esquizofrênicos são mais propensos ao suicÃdio nos seguintes perÃodos:Â
• nos estágios iniciais da doença, quando estão confusos e/ou perplexos;Â
A presença conjunta de alcoolismo e depressãoÂ
em um indivÃduo aumenta enormemente o risco de suicÃdio
9Â
• no inÃcio da recuperação, quando externamente seus sintomas estãoÂ
melhores mas internamente eles sentem-se vulneráveis;Â
• no inÃcio de uma recaÃda, quando achavam que tinham superado oÂ
problema, mas os sintomas retornaram;Â
• logo que recebem alta hospitalar.Â
DOENÇAS FÃSICAS E SUICÃDIOÂ
Alguns tipos de doenças fÃsicas são associadas a um aumento das taxas deÂ
suicÃdioÂ
Doenças NeurológicasÂ
EpilepsiaÂ
A impulsividade crescente, agressividade e incapacidade fÃsica crônicaÂ
freqüentemente vistas em epilépticos são razões mais fortes para o aumento deÂ
comportamento suicida nestes pacientes. Alcoolismo e abuso de drogasÂ
contribuem para isto.Â
Trauma medular ou craniano e acidente vascular cerebralÂ
Quanto mais graves as lesões, maior o risco de suicÃdio.Â
CâncerÂ
Há indicações de que doença terminal (câncer) associa-se ao aumento dasÂ
taxas de suicÃdio. O risco de suicÃdio é maior em:Â
• homens;Â
• no inÃcio do diagnóstico (dentro dos primeiros cinco anos);Â
• quando o paciente está em quimioterapia.
10Â
HIV e AIDSÂ
O estigma, pobre prognóstico e a natureza da doença aumentam o risco deÂ
suicÃdio em pessoas infectadas pelo HIV. Na época do diagnóstico, quando oÂ
paciente não tem aconselhamento pós-teste, o risco de suicÃdio é alto.Â
Condições CrônicasÂ
As seguintes condições crônicas têm possÃvel associação com riscoÂ
aumentado de suicÃdio:Â
• diabetes;Â
• esclerose múltipla;Â
• condições crônicas renais, hepáticas ou gastrointestinais;Â
• doenças nos ossos ou articulações, com dor crônica;Â
• doenças cerebrovasculares ou neurovasculares;Â
• doenças sexuais.Â
Aqueles que têm dificuldade em andar, ver ou ouvir estão também em risco.Â
SUICÃDIO – FATORES SOCIODEMOGRÃFICOS E AMBIENTAISÂ
SexoÂ
Homens cometem mais suicÃdio que mulheres, mas mais mulheres tentam suicÃdio.Â
IdadeÂ
 A taxa de suicÃdio tem dois picos:Â
• em jovens (15 – 35 anos);Â
• em idosos (acima de 75 anos).Â
O risco de suicÃdio aumentaÂ
em doenças crônicas e dolorosas
11Â
Estado CivilÂ
Pessoas divorciadas, viúvas e solteiras têm maior risco do que pessoasÂ
casadas. As que vivem sozinhas ou são separadas são mais vulneráveis.Â
ProfissãoÂ
Médicos, veterinários, farmacêuticos, quÃmicos e agricultores têm taxas de suicÃdioÂ
maiores que a média.Â
DesempregoÂ
Perda do emprego, mais do que o fato de estar desempregado, foi associado comÂ
suicÃdio.Â
MigraçãoÂ
Pessoas que se mudaram de uma área rural para urbana, ou diferentes regiões, ouÂ
paÃses, são mais vulneráveis a comportamento suicida.Â
Fatores AmbientaisÂ
Estressores da VidaÂ
A maioria dos que cometem suicÃdio passaram por acontecimentos estressantesÂ
nos três meses anteriores ao suicÃdio, como:Â
• Problemas interpessoais: ex. discussões com esposas, famÃlia, amigos,Â
namorados;Â
• Rejeição – ex.: separação da famÃlia e amigos;Â
• Eventos de perda – ex.: perda financeira, luto;Â
• Problemas financeiros e no trabalho – ex.: perda do emprego,Â
aposentadoria, dificuldades financeiras;Â
• Mudanças na sociedade – ex.: rápidas mudanças polÃticas e econômicas;Â
• Vários outros estressores como vergonha e ameaça de serem consideradosÂ
culpados.
12Â
Facilidade de acessoÂ
O imediato acesso a um método para cometer suicÃdio é um importante fatorÂ
determinante para um indivÃduo cometer ou não suicÃdio. Reduzir o acesso aÂ
métodos de cometer suicÃdio é uma estratégia efetiva de prevenção.Â
Exposição ao suicÃdioÂ
Uma pequena parcela dos suicÃdios consiste em adolescentes vulneráveis que sãoÂ
expostos ao suicÃdio na vida real, ou através dos meios de comunicação, e podemÂ
ser influenciados a se envolver em comportamento suicida.Â
O ESTADO MENTAL E O SUICÃDIOÂ
Três caracterÃsticas em particular são próprias do estado das mentes suicidas:Â
1. Ambivalência: A maioria das pessoas já teve sentimentos confusos deÂ
cometer suicÃdio. O desejo de viver e o desejo de morrer batalham numaÂ
gangorra nos indivÃduos suicidas. Há uma urgência de sair da dor de viver eÂ
um desejo de viver. Muitas pessoas suicidas não querem realmente morrerÂ
– é somente porque elas estão infelizes com a vida. Se for dado apoioÂ
emocional e o desejo de viver aumentar, o risco de suicÃdio diminui.Â
2. Impulsividade: SuicÃdio é também um ato impulsivo. Como qualquer outroÂ
impulso, o impulso para cometer suicÃdio é transitório e dura alguns minutosÂ
ou horas. É usualmente desencadeado por eventos negativos do dia-a-dia.Â
Acalmando tal crise e ganhando tempo, o profissional da saúde pode ajudarÂ
a diminuir o desejo suicida.Â
3. Rigidez: Quando pessoas são suicidas, seus pensamentos, sentimentos eÂ
ações estão constritos, quer dizer: elas constantemente pensam sobreÂ
suicÃdio e não são capazes de perceber outras maneiras de sair doÂ
problema. Elas pensam rÃgida e drasticamente.Â
A maioria das pessoas suicidas comunica seus pensamentos e intençõesÂ
suicidas. Elas freqüentemente dão sinais e fazem comentários sobre “querer
13Â
morrerâ€, “sentimento de não valer pra nadaâ€, e assim por diante. Todos estesÂ
pedidos de ajuda não podem ser ignorados.Â
Quaisquer que sejam os problemas, os sentimentos e pensamentos daÂ
pessoa suicida tendem a ser os mesmos em todo o mundo.Â
COMO AJUDAR A PESSOA COM RISCO DE SUICÃDIO?Â
Quando as pessoas dizem “Eu estou cansado da vida†ou “Não há mais razãoÂ
para eu viverâ€, elas geralmente são rejeitadas, ou, então são obrigadas a ouvirÂ
sobre outras pessoas que estiveram em dificuldades piores. Nenhuma dessasÂ
atitudes ajuda a pessoa com risco de suicÃdio.Â
O contanto inicial com o suicida é muito importante. Freqüentemente o contatoÂ
ocorre numa clÃnica, casa ou espaço público, onde pode ser difÃcil ter umaÂ
conversa particular.Â
1. O primeiro passo é achar um lugar adequado onde uma conversaÂ
tranqüila possa ser mantida com privacidade razoável.Â
2. O próximo passo é reservar o tempo necessário. Pessoas com ideaçãoÂ
suicida usualmente necessitam de mais tempo para deixarem de seÂ
achar um fardo e precisa-se estar preparado mentalmente para lhes darÂ
atenção.Â
3. A tarefa mais importante é ouvi-las efetivamente. “Conseguir esseÂ
contato e ouvir é por si só o maior passo para reduzir o nÃvel deÂ
desespero suicida.â€Â
Sentimentos PensamentosÂ
Tristeza, depressão “Eu preferia estar mortoâ€Â
Solidão “Eu não posso fazer nadaâ€Â
Desamparo “Eu não agüento maisâ€Â
Desesperança “Eu sou um perdedor e um peso pros outros.â€Â
Auto-desvalorização “Os outros vão ser mais felizes sem mim.â€
14Â
O objetivo é preencher uma lacuna criada pela desconfiança, desespero e perdaÂ
de esperança e dar à pessoa a esperança de que as coisas podem mudar paraÂ
melhor.Â
Como se comunicarÂ
• Ouvir atentamente, ficar calmo.Â
• Entender os sentimentos da pessoa (empatia).Â
• Dar mensagens não-verbais de aceitação e respeito.Â
• Expressar respeito pelas opiniões e valores da pessoa.Â
• Conversar honestamente e com autenticidade.Â
• Mostrar sua preocupação, cuidado e afeição.Â
• Focalizar nos sentimentos da pessoa.Â
Como não se comunicarÂ
• Interromper muito freqüentemente.Â
• Ficar chocado ou muito emocionado.Â
• Dizer que você está ocupado.Â
• Tratar o paciente de maneira que o coloca numa posição de inferioridade.Â
• Fazer comentários invasivos e pouco claros.Â
• Fazer perguntas indiscretas.Â
Uma abordagem calma, aberta, de aceitação e de não-julgamento é fundamentalÂ
para facilitar a comunicação.Â
Ouça com cordialidade.Â
Trate com respeito.Â
Empatia com as emoções.Â
Cuidado com o sigilo.
15Â
SUICIDIO – FATO E FICÇÃOÂ
FICÇÃO FATOÂ
1. Pessoas que ficam ameaçandoÂ
suicÃdio não se matam.Â
1. A maioria das pessoas que se matamÂ
deram avisos de sua intenção.Â
2. Quem quer se matar, se mataÂ
mesmo.Â
2. A maioria dos que pensam em seÂ
matar, têm sentimentos ambivalentes.Â
3. SuicÃdios ocorrem sem avisos. 3. Suicidas freqüentemente dão amplaÂ
indicação de sua intenção.Â
4. Melhora após a crise significaÂ
que o risco de suicÃdio acabou.Â
4. Muitos suicÃdios ocorrem numÂ
perÃodo de melhora, quando a pessoaÂ
tem a energia e a vontade deÂ
transformar pensamentos desesperadosÂ
em ação auto-destrutiva.Â
5. Nem todos os suicÃdios podemÂ
ser prevenidos.Â
5. Verdade, mas a maioria pode-seÂ
prevenir.Â
6. Uma vez suicida, sempre suicida. 6. Pensamentos suicidas podemÂ
retornar, mas eles não são permanentesÂ
e em algumas pessoas eles podemÂ
nunca mais retornar.
16Â
COMO IDENTIFICAR UMA PESSOA SOB RISCO DE SUICÃDIOÂ
Sinais para procurar na história de vida e no comportamento das pessoas:Â
1. Comportamento retraÃdo, inabilidade para se relacionar com a famÃlia eÂ
amigosÂ
2. Doença psiquiátricaÂ
3. AlcoolismoÂ
4. Ansiedade ou pânicoÂ
5. Mudança na personalidade, irritabilidade, pessimismo, depressão ou apatiaÂ
6. Mudança no hábito alimentar e de sonoÂ
7. Tentativa de suicÃdio anteriorÂ
8. Odiar-se, sentimento de culpa, de se sentir sem valor ou com vergonhaÂ
9. Uma perda recente importante – morte, divórcio, separação, etc.Â
10. História familiar de suicÃdioÂ
11. Desejo súbito de concluir os afazeres pessoais, organizar documentos,Â
escrever um testamento, etc.Â
12. Sentimentos de solidão, impotência, desesperança.Â
13. Cartas de despedidaÂ
14. Doença fÃsicaÂ
15. Menção repetida de morte ou suicÃdioÂ
COMO ABORDAR O PACIENTEÂ
Quando a equipe de saúde primária suspeita que exista a possibilidade de umÂ
comportamento suicida, os seguintes aspectos necessitam ser avaliados:Â
• Estado mental atual e pensamentos sobre morte e suicÃdio;Â
• Plano suicida atual – quão preparada a pessoa está, e quão cedo o ato estáÂ
para ser realizado;Â
• Sistema de apoio social da pessoa (famÃlia, amigos, etc.).
17Â
A melhor maneira de descobrir se uma pessoa tem pensamentos de suicÃdio éÂ
perguntar para ela. Ao contrário da crença popular, falar a respeito de suicÃdio nãoÂ
coloca a idéia na cabeça das pessoas. De fato, elas ficarão muito agradecidas eÂ
aliviadas de poder falar abertamente sobre os assuntos e questões com as quaisÂ
estão se debatendo.Â
Como perguntar?Â
Não é fácil perguntar para uma pessoa sobre sua ideação suicida. Ajuda seÂ
você chegar no tópico gradualmente. Algumas questões úteis são:Â
• Você se sente triste?Â
• Você sente que ninguém se preocupa com você?Â
• Você sente que a vida não vale mais a pena ser vivida?Â
• Você sente como se estivesse cometendo suicÃdio?Â
Quando perguntar?Â
• Quando a pessoa tem o sentimento de estar sendo compreendida;Â
• Quando a pessoa está confortável falando sobre seus sentimentos;Â
• Quando a pessoa está falando sobre sentimentos negativos deÂ
solidão, desamparo, etc.Â
O que perguntar?Â
1. Descobrir se a pessoa tem um plano definido para cometer suicÃdio:Â
• Você fez algum plano para acabar com sua vida?Â
• Você tem uma idéia de como você vai fazê-lo?Â
2. Descobrir se a pessoa tem os meios para se matar:Â
• Você tem pÃlulas, uma arma, inseticida, ou outros meios?Â
• Os meios são facilmente disponÃveis para você?Â
3. Descobrir se a pessoa fixou uma data:Â
• Você decidiu quando você planeja acabar com sua vida?Â
• Quando você está planejando fazê-lo?
18Â
Todas estas questões precisam ser perguntadas comÂ
cuidado, preocupação e compaixãoÂ
COMO LIDAR COM O PACIENTEÂ
BAIXO RISCOÂ
A pessoa teve alguns pensamentos suicidas, como “Eu não consigoÂ
continuarâ€, “Eu gostaria de estar mortoâ€, mas não fez nenhum plano.Â
Ação NecessáriaÂ
• Oferecer apoio emocional.Â
• Trabalhar sobre os sentimentos suicidas. Quanto mais abertamente aÂ
pessoa fala sobre perda, isolamento e desvalorização, menosÂ
turbulentas suas emoções se tornam. Quando a turbulência emocionalÂ
cede, a pessoa pode se tornar reflexiva. Este processo de reflexão éÂ
crucial, ninguém senão o indivÃduo pode revogar a decisão de morrer eÂ
tomar a decisão de viver.Â
• Focalize na força positiva da pessoa, fazendo-a falar como problemasÂ
anteriores foram resolvidos sem recorrer ao suicÃdio.Â
• Encaminhe a pessoa para um profissional de saúde mental ou a umÂ
médico.Â
• Encontre-a em intervalos regulares e mantenha contato externo.Â
MÉDIO RISCOÂ
A pessoa tem pensamentos e planos, mas não tem planos de cometerÂ
suicÃdio imediatamente.
19Â
Ação NecessáriaÂ
• Ofereça apoio emocional, trabalhe com os sentimentos suicidas daÂ
pessoa e focalize em forças positivas. Em adição, continue com osÂ
passos abaixo.Â
• Focalize os sentimentos de ambivalência. O profissional da saúdeÂ
deve focalizar na ambivalência sentida pela pessoa suicida, entre viverÂ
e morrer, até que gradualmente o desejo de viver se fortaleça.Â
• Explore alternativas ao suicÃdio. O profissional da saúde deve tentarÂ
explorar as várias alternativas ao suicÃdio, até aquelas que podem nãoÂ
ser soluções ideais, na esperança de que a pessoa vá considerar aoÂ
menos uma delas.Â
• Faça um contrato. Extraia uma promessa do individuo suicida de queÂ
ele ou ela não vai cometer suicÃdioÂ
• Sem que se comunique com a equipe de saúde;Â
• Por um perÃodo especifico.Â
• Encaminhe a pessoa a um psiquiatra, ou médico, e marque umaÂ
consulta o mais breve possÃvel.Â
• Entre em contato com a famÃlia, amigos e colegas, e reforce seu apoio.Â
ALTO RISCOÂ
A pessoa tem um plano definido, tem os meios para fazê-lo, e planeja fazê-loÂ
imediatamente.Â
Ação NecessáriaÂ
• Estar junto da pessoa. Nunca deixá-la sozinha.Â
• Gentilmente falar com a pessoa e remover as pÃlulas, faca, arma,Â
inseticida, etc. (distância dos meios de cometer suicÃdio).Â
• Fazer um contrato.Â
• Entrar em contato com um profissional da saúde mental ou médicoÂ
imediatamente e providenciar uma ambulância e hospitalização.Â
• Informar a famÃlia e reafirmar seu apoio.
20Â
ENCAMINHANDO O PACIENTE COM RISCO DE SUICÃDIOÂ
Quando encaminharÂ
Quando a pessoa tem:Â
• Doença psiquiátrica;Â
• Uma história de tentativa de suicÃdio anterior;Â
• Uma história familiar de suicÃdio, alcoolismo ou doença mental;Â
• Doença fÃsica;Â
• Nenhum apoio social.Â
Como encaminhar:Â
• O trabalhador da saúde primária deve ter tempo para explicar à Â
pessoa a razão do encaminhamento.Â
• Marcar a consulta.Â
• Esclareça à pessoa que o encaminhamento não significa que oÂ
profissional da saúde está lavando as mãos em relação ao problema.Â
• Veja a pessoa depois da consulta.Â
• Mantenha contato periódico.Â
RECURSOS DA COMUNIDADEÂ
As fontes de apoio usualmente disponÃveis são:Â
• FamÃlia;Â
• Amigos;Â
• Colegas;Â
• Clérigo;Â
• Centros de crise;Â
• Profissionais de saúde.
21Â
Como obter estes recursos?Â
• Tente conseguir permissão do paciente para recrutar quem possaÂ
ajudá-la, e depois entre em contato com essas pessoas.Â
• Mesmo que a permissão não seja dada, tente localizar alguém queÂ
seria particularmente compreensivo com o paciente.Â
• Fale com o paciente e explique que algumas vezes é mais fácil falarÂ
com um estranho do que com uma pessoa amada, para que ele ou elaÂ
não se sinta negligenciado ou ferido.Â
• Fale com as pessoas de apoio sem acusá-las ou fazê-las sentirem-seÂ
culpadas.Â
• Assegure novamente seu apoio nas ações que serão tomadas.Â
• Fique atento, também, à s necessidades dos que sepropuseram aÂ
ajudar.Â
O QUE FAZER E O QUE NÃO FAZERÂ
O que fazerÂ
• Ouvir, mostrar empatia, e ficar calmo;Â
• Ser afetuoso e dar apoio;Â
• Leve a situação a sério e verifique o grau de risco;Â
• Pergunte sobre tentativas anteriores;Â
• Explore as outras saÃdas, além do suicÃdio;Â
• Pergunte sobre o plano de suicÃdio;Â
• Ganhe tempo – faça um contrato;Â
• Identifique outros formas de dar apoio emocional;Â
• Remova os meios, se possÃvel;Â
• Tome atitudes, conte a outros, consiga ajuda;Â
• Se o risco é grande, fique com a pessoa.
O que não fazerÂ
• Ignorar a situação;Â
• Ficar chocado ou envergonhado e em pânico;Â
• Falar que tudo vai ficar bem;Â
• Desafiar a pessoa a continuar em frente;Â
• Fazer o problema parecer trivial;Â
• Dar falsas garantias;Â
• Jurar segredo;Â
• Deixar a pessoa sozinha.Â
CONCLUSÃOÂ
Compromisso, sensibilidade, conhecimento, preocupação com outro ser humano eÂ
a crença de que a vida é um aprendizado que vale a pena – são os principaisÂ
recursos que os profissionais de saúde primária têm; apoiados nisso eles podemÂ
ajudar a prevenir o suicÃdio.
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Bobby Mc Ferrin & Grupo Mocarta
Focus- Hocus Pocus (live ’73)