AVI-Psi Lugano

Projeto de extensão  do Instituto de Psicologia da UERJ

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Nome: Ambiente Virtual de Informação – Psi Lugano

Autor:  Celso Lugão da Veiga.

                                       

Ambientes Virtuais de Aprendizagem e/ou Informacão inserem-se naquilo que Karl Popper (1975) chamou de “programa de ação”. Tais programas servem como um quadro geral de referência para consultas, troca de informações e fomento de hipóteses.

O projeto se baseia no conceito de Gestão do Conhecimento, que é o conjunto de processos e ferramentas usadas para se criar, desenvolver, utilizar, disseminar e compartilhar o conhecimento.  
Para que isto seja possível existem os Sistemas de Gerenciamento de Conhecimento, que, através da tecnologia da informação, permitem esta criação, apresentação e distribuição do conhecimento dentro de contextos específicos.
O AVI Psi Lugano (Ambiente Virtual de Informação Psi Lugano) é um Sistema de Gerenciamento de Conhecimento; servirá para informar e interagir. 
Pretende gerar conhecimento e atrair o público profissional e leigo a nível nacional e internacional justamente por ser elaborado na forma de “site”, obviamente conectado à Internet. Seu conteúdo principal são informações pertinentes ao campo da psicologia, em especial da psicologia clínica, pela perspectiva da psicoterapia estratégica, por ser esta abordagem considerada como dotada de um ecletismo seletivo. E não ficará restrito à psicologia pois existem áreas conexas de suma importância, a saber, a história e a filosofia, para citar dois exemplos. Pretende gerar e hospedar conhecimento, bem como propiciar trocas de correspondência e informação  e produzir eventos, como palestras, seminários e cursos.
Explicando o nome do projeto: Konrad Lorenz (etólogo) observou que lugano (carduelis spinus) é uma das espécies de pássaros migradores mais adaptadas ao cativeiro, apesar de extremamente acrobático. Donde se busca com este nome levantar o paradoxo que a Internet traz, por um lado o aprisionamento físico diante do computador, por outro a liberdade do mundo virtual. Como o projeto foi concebido em torno de temas centrais da psicologia, usou-se a sigla Psi também.
Curiosamente há também uma editora, de nome Lugano, que publica obras em defesa dos animais.

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Para detalhes sobre a história da família Lugão consultar o link abaixo:

http://clubedasmordidas.com.br/dmoulin/historia.htm 

DSC03156Quadro: Leão by Diogo Lean Veiga

Visite seus trabalhos em http://www.diogolean.com/ 

                                              

                                               Introdução

A investigação na área da gestão do conhecimento está ligada à várias disciplinas, entre as quais a teoria das organizações, os sistemas de informação, a gestão da tecnologia e inovação, o marketing, a economia, a psicologia, a sociologia, a pedagogia, etc. (Von Krogh, 2005).
A principal preocupação dos investigadores na área da gestão do conhecimento reside na busca da melhoria de desempenho das organizações e das pessoas através de condições organizacionais favoráveis, processos de localização, extração, partilha e criação de conhecimento, assim como através das ferramentas e tecnologias de informação e comunicação (Teixeira Filho, 2000).
Portanto, a Universidade como lugar para se organizar o conhecimento tanto em seu aspecto rigoroso de ciência quanto em sua extensão social é um tema relevante para um gestor do conhecimento, que pode ser definido como um profissional empenhado na preservação e desenvolvimento dos conhecimentos inerentes a um campo específico, no caso a psicologia. 

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A produção de conhecimento, por sua vez, é intrisecamente ligada ao conceito de autonomia, sem a qual é impossível se exercer o espírito crítico, a dimensão política e ética do conhecimento (Castro,1986; Kerr,1982).
Além da biblioteca física como instrumento de suporte para o ensino-aprendizagem (Bordenave & Pereira, 1983), com o surgimento da WEB (www) o conceito de autonomia se locupletou e surgiram  novos perfis dos alunos e dos profissionais, todos integrados à rede mundial de informações (Aparecida & Silva, 1986; Busquets, 1998). 
Investigando-se os processos que podem aumentar a interação entre o conhecimento e as pessoas, é inevitável hoje a capacidade do mundo virtual, mesmo levando-se em conta a questão da quantidade x qualidade (Backman & Secord, 1971; Chomsky, 2005).
Assim, um gestor do conhecimento colhe, seleciona, produz e organiza informações e, através do Sistema de Gerenciamento de Conhecimento, as publica de forma rápida no campo virtual. Tais informações, além de permanecerem na Rede (www), especificamente, dão suporte ao outro projeto de psicoterapia estratégica (nº 4017), ao estágio supervisionado do SPA que necessita desta interface devido ao enorme número de informações complementares que são necessárias. O mesmo ocorrendo com as disciplinas ministradas pelo coordenador do projeto.
Este projeto acompanha as reflexões, tendências e desenvolvimento do conceito de universidade ou multiversidade (Kerr,1972; Minogue, 1981), colocando-se próximo aos objetivos de uma Universidade Corporativa, no que tange à objetividade dos temas abordados e a sua interatividade (Giroux, 1982). Por ser virtual o tempo de exposição do conhecimento é de 24 horas/consulta, com isto a formação humana e a capacitação ganham um poderoso aliado (Maturana & Rezepka, 2000). O mesmo ocorrendo com o educador (Brandão, 1982)que pode se beneficiar da função de gestor.
Se a realidade é inventada (Watzlawick, 1994), e portanto construída e compartilhada, este projeto pode colaborar.

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                                                Justificativa

Desde o século passado que os Ambientes Virtuais de Aprendizagem e Informação (AVA e AVI) têm se mostrado úteis e com um enorme alcance entre a população de internautas, sejam leigos, estudantes ou profissionais. 
Paralelo a isto constata-se que o tempo utilizado nas salas de aula é insuficiente para explorar  inúmeras perspectivas do conhecimento.
Assim, através dos Sistemas de Gerenciamento de Conhecimento o conceito de universidade se amplia  e permite romper os limites do espaço físico e temporal levando o conhecimento para a população em geral e para comunidades específicas, como os supervisandos em psicoterapia estratégica do Serviço de Psicologia Aplicada e os alunos da UERJ.
Com a globalização, a comunicação ágil e a interatividade em todos os setores, muito do conteúdo das informações se perdem. É preciso planejar e estudar uma forma de preservar, buscando acessibilidade a esta informação e gerenciamento integrado. 
Esse processo de gerenciamento é conhecido como a gestão do conhecimento.
Conhecimento é a informação interpretada e correlacionada, integrada à experiências de impactos no meio em que esta informação está inserida.
Logo, além de gerado, o conhecimento tem que ser preservado, representado e utilizado, portanto tem valor econômico e é um dispositivo para mudanças sociais.
O conhecimento pode ser definido como tácito ou explícito (Tanaka, 2000), porque o conhecimento sempre se origina nas pessoas. E o conhecimento tácito consiste de modelos mentais, crenças e habilidades técnicas, se caracterizando como altamente pessoal, de difícil formalização e onde os processos de transferência não são fáceis. O explícito é formal e sistemático.
Para converter o conhecimento tácito em explícito se  torna relevante a conversão do conhecimento pessoal de um indivíduo em conhecimento organizacional, que passa a ser valioso para a sociedade porque nenhuma organização, isto inclui as universidades, pode criar conhecimento em si sem a iniciativa dos indivíduos.

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                    Relação entre o Ensino, a Pesquisa e a Extensão

O conhecimento é o resultado do processamento de informações e do aproveitamento de insights subjetivos e das intuições de todos os colaboradores que possam oferecer contribuições para um campo específico.
O conhecimento é criado a partir de vários processos de conversão entre o conhecimento tácito e explícito, sendo que este último passa a ser o conhecimento útil porque pode ser formalizado, sistematizado e facilmente comunicado, portanto é o que tem impacto social e psicológico.
De acordo com as oito áreas temáticas da extensão – comunicação, cultura, direitos humanos e justiça, educação, meio ambiente, saúde, tecnologia e trabalho – se pode afiançar que o projeto contempla estas áreas porque através do banco de dados contendo artigos e a perspectiva interativa poderá informar sobre temas, pesquisas e avisar a respeito de eventos.
Poderão também ser propostas palestras,  cursos e seminários a partir dos temas publicados e estes servirão tanto de material didático quanto de pesquisa. Tanto alunos quanto profissionais poderão interagir, refletindo sobre seus interesses.
Afinal, conforme definição: “Extensão Universitária é o processo educativo, cultural e científico que articula o Ensino e a Pesquisa de forma indissociável e viabiliza uma relação transformadora entre a Universidade e a Sociedade”. Logo, o projeto permitirá reunir, organizar e publicar o processo do conhecimento, indo do tácito ao explícito, contemplando também informações de relevância psicossocial.

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                                           Referências bibliográficas

APARECIDA, S. & SILVA, I. Valores em educação – o problema da compreensão e da operacionalização dos valores na prática educativa. Rio de Janeiro. Ed. Vozes. 1986
BACKMAN, C. & SECORD,P. Aspectos psicossociais da educação. Rio de Janeiro.1971
BORDENAVE, J. D. & PEREIRA, A. M. Estratégias de ensino-aprendizagem. Rio de Janeiro. Ed. Vozes. 1983. 
BRANDÃO, C. (Org.) O educador: vida e morte. Rio de Janeiro. Ed. Graal. 1982.
BUSQUETS, M. D. et alli. Temas transversais em educação. Rio de Janeiro. Ed. Ática. 1993.
CASTRO, M. Ciência e universidade. Rio de Janeiro. Ed. Zahar. 1986.
CHOMSKY, N. Para entender o poder.Rio de Janeiro.2005.
GIROUX, H. Teoria crítica e resistência em educação – Para além das teorias de reprodução. Rio de Janeiro. Ed. Vozes,1982.
KERR, C. A sociedade multi-dimensional – Marshall, Marx e os tempos modernos. Rio de Janeiro. Ed. Zahar. 1972. 
… Os usos da universidade. Fortaleza. Ed. Universidade Federal do Ceará. 1982.
MATURANA, H. & REZEPKA, S. N. Formação humana e capacitação. Petrópolis / RJ. Ed. Vozes. 2000.
McNAMEE, S. A terapia como construção social. Porto Alegre. Ed. Artes Médicas. 1998.
MINOGUE, K. O conceito de universidade. Brasília. Ed. UnB. 1981.
POPPER, K. A lógica da pesquisa científica. São Paulo. Ed.Cultrix. 1975.
TANAKA, I.Gestão de conhecimento.RJ.Campos.2000.
TEIXEIRA FILHO,J. Gerenciando conhecimento. Rio de Janeiro.Ed. SENAC.2000.
VON KROGH, G et all. Putting knowledge networks into action.  Berlin. Ed. Springer. 2005.
WATZLAWICK, P. (Org.) A realidade inventada: como sabemos o que cremos saber? Campinas / SP. Ed. Psy II. 1994.

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